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sexta-feira, 4 de julho de 2008

Que Estranho Mundo Este (Tomo 2)

OK, estamos em crise. OK, andamos todos preocupados. OK, pode muito bem ser este o caminho para a perdição. Mas no meio de tanto desespero ainda temos que apanhar com as tretas new-age da luz sobre as trevas e dos meios para lá chegar?
Explicando: não há revista da moda que não tenha pelo menos um artigo sobre «Mudar de Vida: A Nova Esperança da Humanidade». Depois segue-se um chorrilho de texto sobre a Catarina P. que, aos 36 anos, desistiu de ser uma executiva de sucesso e de viver na Avenida de Roma, para morar com o marido e duas crianças encantadoras numa herdade em Carrapateiras de Cima. Comprada, claro, com a indemnização choruda que recebeu. Hoje é muito mais feliz a fazer artesanato com os pés que vende numa loja de umas amigas lésbicas norueguesas que escolheram Portugal para morar, não por ser um país de gente tolerante, mas porque os Invernos são menos rigorosos.
Eu acho lindamente que as pessoas façam o possível em prol da felicidade, mas como nem todos podemos ter uma vida super-charmosa em Carrapateiras de Cima, com o nosso marido e as nossas crianças lindas, vestidas de Gap e fazer artesanato com os pés, temos que nos contentar com o tangível, ou seja, disparates.
Falaram-me há dias do Yoga do Riso como a última novidade. Parece que há cada vez mais gente a aderir. A isso e ao jogo da roda em que se entra com dinheiro e depois se vai subindo na pirâmide até se atingir o nirvana do materialismo (mas isso deixarei para outro post).
Voltando ao Yoga e ao Riso. Parece que as pessoas se reunem numa sala (sem fumarem nada de origem marroquina), riem e respiram - não sei se a ordem é esta, mas parece que há respiração incluída. O que, parecendo que não, dá um certo jeito. Há gente que fica pessimamente de roxo.
Isto deu-me uma ideia. Porque não criar o Yoga da Cabeçada na Parede? De repente só tinhamos que investir numa parede - podia ser de pladour porque não queremos matar ninguém - e nuns colchões para as pessoas poderem desmaiar sem se magoarem muito. Já consigo imaginar paredes giríssimas da Puma ou da Nike. E as ligaduras para se porem em volta da testa. Tudo cheio de estilo! E uma geração inteira de cabeçudos às marradas à parede a dizer: «agora sim, sinto-me mais leve». E a meditação era muito mais eficaz durante os desmaios.
Reparo agora que acabei de dar uma excelente ideia completamente de borla. Posso ser rapinada a qualquer instante e não recolher nenhuns lucros do meu espírito empreendedor. Bolas, há mesmo gente que não é capaz de ver a luz!

5 comentários:

Miu Miu disse...

ahahah
muito bem, lu!
parece-me uma ideia de sucesso.
sobretudo se tiver equipamento da nike!

Francis disse...

Muito perspicaz.

Anónimo disse...

Mau, será por isso que por vezes ouço tanto barulho na casa aqui ao lado e me saiem aqueles impropérios, tipo: - "vá catar coquinho"?

A partir de agora só vou gritar: marra cabrão, marra!

Unknown disse...

por mim, desde que haja cerveja no 'frigo' e café Delta moído para a máquina, está tudo bem! E um Red Bull Light também faz falta!

Cherry disse...

Quando estás inspirada és do melhor.
Estou com o Francis. Muito perspicaz.