Fosso Olímpico

Em primeiro lugar, é preciso dizer que, apesar de não haver muitos praticantes assumidos da modalidade de fosso olímpico, ela existe mesmo: trata-se de acertar com um tiro de carabina num pratinho de barro projectado para o ar. A modalidade é praticada por ambos os sexos em séries de 125 pratinhos para os homens e 75 para as mulheres - que isto de partir pratos é coisa para se fazer em casa, em plena crise de SPM.

Mas para nós, orgulhosos portugueses, não existe essa coisa de fosso! Não! Somos uma Nação Valente e Imortal e temos a nossa auto-estima ao rubro! Como, de resto, qualquer país que combine as cores vermelho e verde na sua bandeira - olhem o México, ou a Itália! Adiante.

É preciso ter muita confiança para viajar para o outro lado do mundo e empenharmo-nos em perder em todas as competições em que participamos. Isso sim, é uma tarefa olímpica! Conseguimos recordes e títulos por fora (também não somos perfeitos, né?) e depois zás! Chegamos às olimpíadas e... perdemos!

Vão lá perguntar aos chineses se conseguem fazer isto? Nãaa! Feitos destes só estão ao alcance dos predestinados! Como nós!

E não venha cá a Telma Monteiro desculpar-se com o árbitro ladrão. Ou o Marco Fortes do lançamento do peso, que disse que a prova era de manhã e que ele de manhã, estava melhor na cama! Ó Marco, ó Telma, vocês foram lá e cumpriram! Não precisam de se justificar! Até a Naide ou o Francis fizeram a sua parte!

Para mim, a grande desilusão foi a Vanessa Fernandes. Vai e ganha a Medalha de Prata. Onde é que isto já se viu? A vergonha da nossa bandeira! Eu, se mandasse, mandava-a já para as Antilhas Holandesas. É inadmissível este comportamento! O que é feito da desistência a meio? Da lesão? Da pressão? Do controlo anti-doping? Raios, da falta de comparência?

Haja paciência... Nelson Évora, considera-te avisado!